Lobo Reporter:
Foi num dia qualquer de junho do ano de 1878, no bairro denominado Curralinho, onde existiam algumas propriedades, como a de Domingos Fernandes de Almeida, João Wohlers, Luiz Figueiredo, Anselmo Caparica, Ambrosina Pinto, Pedro de Oliveira Cezar e tantos outros. Em algumas dessas casas, numa tarde, tomando um bom café, olhando para os verdejantes cafezais que dobravam o morro, que alguém teve a grata idéia de se realizar uma festa joanina, mais precisamente para São João Batista.
Foi num dia qualquer de junho do ano de 1878, no bairro denominado Curralinho, onde existiam algumas propriedades, como a de Domingos Fernandes de Almeida, João Wohlers, Luiz Figueiredo, Anselmo Caparica, Ambrosina Pinto, Pedro de Oliveira Cezar e tantos outros. Em algumas dessas casas, numa tarde, tomando um bom café, olhando para os verdejantes cafezais que dobravam o morro, que alguém teve a grata idéia de se realizar uma festa joanina, mais precisamente para São João Batista.
Mas, quem seriam os festeiros? Resolveram fazer um sorteio e a tarefa recaiu sobre dona Ambrosina Pinto e Anselmo Caparica, esposo de Bruna Figueiredo. Seria uma festa simples, porém, muito animada.
No dia 23 véspera da festa, o bairrinho acordou animado, fazia um frio intenso e o céu azul das manhãs juninas contrastava com o mar verde de cafezais que exalavam um doce perfume pelo ambiente. As mulheres reuniram-se e prepararam muitos doces, bolos, bolachas, guloseimas e muito quentão para a noite. Os homens mandaram seus feitores cavarem um buraco próximo a santa cruz ao lado da casa de Domingos Fernandes de Almeida, cortaram uma alta e esbelta árvore, tiraram suas cascas e a enfeitaram com frutas e flores e colocaram a moldura com a estampa de São João ainda menino segurando seu carneirinho. Estacaram, empurraram e socaram a terra, pronto, lá estava o mastro para São João, um marco definitivo para nossa história.
Caiu a noite com seu manto bordado de estrelas, era noite de São João, a fogueira crepitava alta, chegavam os convidados e numa mesa improvisada no quintal de Domingos Almeida, iam depositando os mais os saborosos pratos. As crianças deliciavam-se com os cartuchos de papel bem atochados, em cujo interior encontravam-se balas, amendoim doce e pipocas, ofertados pelos festeiros. Com seus longos casacos e xales, todos agruparam-se em torno da fogueira e um bom sanfoneiro acompanhado de violas puxou a primeira quadrilha, depois uma polca que foi dançada com dificuldade no chão irregular. Foram foguetes de vara pelo ar anunciando a festividade. Muitos foram para a casa, mas, vários homens ficaram junto ao fogo até alta madrugada, bebendo um quentão e discutindo novas idéias.
Na manhã seguinte uma fina camada de geada e um vapor úmido subia do chão, outra vez reuniram-se ao som dos fogos e violeiros, cantaram e unidos pelo pensamento ajoelharam-se ante a pequena cruz e rezaram um terço a São João. Cabisbaixos, o astro rei, que tímido passava pelo anil do céu, derramava bênçãos de luz sobre o local, coroando a todos com sua majestade. Ergueram-se, gritaram viva a São João e pactuaram a construção de uma capela naquele local. Uma capela para abrigar o padroeiro da nova cidade que todos almejavam construir.
A cidade de São João, a cidade do Curralinho, cercada pelas muralhas montanhosas da Mantiqueira, coberta pela riqueza dos cafezais e alegre como a boa nova anunciada pelo precursor do cristianismo acabava de nascer. A voz que anunciou a vinda do Cristo pelas margens do rio Jordão, agora proclamava uma nova idéia pelos moradores das margens do rio Jacareí. Nascia neste dia a cidade de São João do Curralinho, nascia alegre, festiva e dinâmica. A nova cidade, uma cidade Joanina, a CIDADE DE JOÃO!!!
Contextualizando hoje, a cidade passou a ser conhecida pelo mundão a fora como a CAPITAL DO LOBISOMEM...
Contextualizando hoje, a cidade passou a ser conhecida pelo mundão a fora como a CAPITAL DO LOBISOMEM...
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