quinta-feira, 25 de agosto de 2011

BAILE E HOMENAGENS MARCAM OS 10 ANOS

ANOS DA MELHOR IDADE DE JOANOPOLIS

(p/Valter Cassalho) 

Após muita expectativa e preparo dos “meninos e meninas” da Melhor Idade, como carinhosamente os chamamos, aconteceu na sede do Centro Recreativo XVII de Agosto no último dia 20 o BAILE DE DEZ ANOS deste animado grupo. Antecedido por uma cerimônia de posse da nova diretoria, foi montada uma mesa de autoridades presidida pela atual presidente Bernadete Domingues, com a presença do prefeito Joãozinho Torres, a primeira dama Angela Torres, a secretária da promoção social e cidadania Marcia Pires, as ex-presidentes do grupo:  dona Matilde Mendes Bueno (1ª presidente), Ivonne Parizotto (presidente 2009/2011), a senhora Suzana Margareth Pinheiro Cardoso primeira-dama na ocasião da fundação, o ex-prefeito Ari Cardoso e o associado honorário Fernando Fontana que leu um breve histórico sobre o grupo.. O cerimonial comandado por Valter Cassalho e Waldirene Ricanello contou com a entrega de um cartão de prata oferecido pela municipalidade ao grupo e a ex primeira-dama Suzana Margareth. Os demais componentes receberam cumprimentos,  presentes e discursaram sobre a importância e participação desta associação no município de Joanópolis. Na sequência foi cantado o parabéns, servido um bolo de aniversário e aconteceu o baile com a Banda Ritmo Tropical, onde os participantes, por sinal muito elegantes, dançaram ao som de vários ritmos e na companhia do professor de dança e casais (alunos de dança) da cidade de Piracaia.  De acordo com comentários no local espera-se que este seja o primeiro de uma série de bailes que estão porvir. Parabéns a todos.
      

credito das fotos: André Collins

legenda das fotos
melhor idade 10-1 - o parabéns a você - pelos DEZ ANOS DE FUNDAÇÃO
melhor idade 10-2 - Suzana Margareth recebe cartão de prata das mãos da primeira-dama Angela Torres.
melhor idade 10-3 - a ex-presidente Ivone Parizoto recebe do grupo presente e homenagem através da atual presidente Bernadete Domingues.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Abra a porta

 


Numa terra em guerra, havia um rei que causava espanto.
Cada vez que fazia prisioneiros, não os matava, levava-os a uma sala, que tinha um grupo de arqueiros em um canto e uma imensa porta de ferro do outro, na qual haviam gravadas figuras de caveiras.
Nesta sala ele os fazia ficar em círculo, e então dizia:
- Vocês podem escolher morrer flechados por meus arqueiros, ou passarem por aquela porta e por mim lá serem trancados.
Todos os que por ali passaram, escolhiam serem mortos pelos arqueiros.
Ao término da guerra, um soldado que por muito tempo servira o rei, disse-lhe:
- Senhor, posso lhe fazer uma pergunta?
- Diga, soldado.
- O que havia por trás da assustadora porta?
- Vá e veja.
O soldado então a abre vagarosamente, e percebe que a medida que o faz, raios de sol vão adentrando e clareando o ambiente, até que totalmente aberta, nota que a porta levava a um caminho que sairia rumo a liberdade.
O soldado admirado apenas olha seu rei que diz:
- Eu dava a eles a escolha, mas preferiram morrer a arriscar abrir esta porta.
Quantas portas deixamos de abrir pelo medo de arriscar? Quantas vezes perdemos a liberdade, apenas por sentirmos medo de abrir a porta de nossos sonhos?


(Autor desconhecido)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

17 DE AGOSTO FERIADO EM JOANOPOLIS

ENTENDA DO 17 DE AGOSTO EM JOANÓPOLIS

-O novo distrito de São João do Curralinho criado em 1891, possuía algumas rivalidades políticas na sede do município Santo Antonio da Cachoeira (Piracaia), sendo que, com a queda do Governo do Estado, sobe ao poder do município a oposição curralinhense. Em março de 1892 realiza-se a primeira eleição do Governo de Cerqueira Cezar para eleger o novo Congresso. Além de não comparecerem à votação, os Curralinhenses apresentaram um protesto contra a dissolução do Congresso Nacional. Como punição do Governo do Estado, foi abolido o Distrito voltando a simples condição de bairro. Mesmo assim, com a chegada da noticia, o brio dos curralinhenses fez conter as lágrimas e realizaram para esquecer as mágoas uma festa na vila.
-Organiza-se um novo Diretório político chefiado por João Ernesto Figueiredo, Antonio Ferreira de Almeida, José Cândido de Campos, Joaquim Luiz da Silveira Bueno e Frederico Wohlers, com o apoio do dr. Júlio Mesquita e o Capitão João Tiburcio Leite Penteado, ambos da Capital.  Marcaram em Santo Antonio a primeira eleição municipal do novo governo; o eleitorado do Curralinho e a oposição da sede do município compareceram em peso tendo como pleiteadores da eleição o sr. Mota, Figueiredo, Norberto Barbosa, Capitão José Joaquim da Silveira Campos, Capitão Thomaz Cunha Filho, Capitão José Leite de Cerqueira Campos, os dois primeiros do Curralinho e os últimos de Santo Antonio. Chegado o dia, cem cavaleiros do Curralinho entraram triunfalmente em Santo Antonio, fazendo com que a eleição fosse suspensa pelo 1º Juiz, com medo da derrota. No dia 13 de Outubro veio de São Paulo reforço policial para as eleições. A vitória ficou para os curralinhenses.
-No ano de 1893, o Curralinho volta à condição de Distrito, e o progresso da florescente  cidade continua, a ponto de no final do ano assentarem-se oito lampiões para iluminação pública e no dia 15 de dezembro instala-se a agência do Correio, com viagens de dois em dois dias até Santo Antonio
-No memorável ano de 1895, em 12 de maio a Câmara Municipal de Santo Antonio aprovava por unanimidade a elevação do distrito a município, submetendo o parecer favorável ao Governo do Estado, este por sua vez o promulga sob Lei nº 348 de 17 de Agosto. A aspiração deste povo fora conseguida, São João do Curralinho, completava sua emancipação política/administrativa. Estava definitivamente pronto para a sua jornada o novo município.  Os ideais dos grandes homens desta localidade se concluíram. Havia ainda muito por fazer, mas este povo de bravura, convicto do progresso sabia que conseguiria levantar novas bandeiras; faziam política por amor ao município e não para apenas ostentarem cargos e condições.  Logo nomearam uma comissão para a construção do prédio municipal, contratando mais uma vez o artista Joaquim Garcia de Mesquita pela importância de R$-11:000$000 (onze contos de réis); sendo que o mesmo apenas seria concluído  e inaugurado em 21 de agosto de 1896, com grandes festejos e personalidades de outras cidades. Neste mesmo ano se daria posse a primeira câmara municipal, sendo os eleitos cobertos por chuva de flores, atiradas por meigas senhorinhas do local. Em seguida foi entregue por Antonio Ferreira de Almeida um quadro de Floriano Peixoto, oferecido pelo Capitão João Tiburcio. Os festejos saíram as ruas que neste dia estavam enfeitadas com bandeiras e à noite iluminadas, realizando-se um baile no paço municipal. Na noite seguinte o sr. Emydio Bueno de Paiva oferece outro baile em sua casa para continuar os festejos. A primeira câmara ficou assim composta: Presidente: João Ernesto Figueiredo, Vice: João Baptista da Silveira Bueno, Intendente: Antonio Ferreira de Almeida, Vereadores: Domingos José Nogueira, Pedro de Oliveira Cezar e José Lopes de Moraes, Secretário: Luziano Ribas, Procurador: Francisco Wohlers, Fiscal: Domingos Fernandes de Almeida, Porteiro: Cândido de Oliveira Cezar, Arruador: Joaquim Garcia de Mesquita, Administrador do Cemitério: João Wohlers. Esse prédio era o orgulho do povo Curralinhense, obra do Mesquita, símbolo da nossa autonomia, obra essa que todos tinham direito, pois seu valor histórico era primordial para a memória desta gente.  (trechos de Memórias de um Gigante Adormecido-Valter Cassalho).


O antigo paço municipal e cadei pública foi demolido na década de 70 e se tudo der certo logo teremos uma re-leitura deste prédio que funcionará como museu. Uma bela lembrança e homenagem a estes acontecidos de 1895 e 1896 que comemoramos amanhã.

Fraternal abraço

VALTER CASSALHO
OBS: Esta permantemente proibido a reprodução deste texto nos Jornais e Blogs de Joanópolis, sem autorização por escrito do autor...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MELHOR IDADE COMEMORA 10 ANOS DE FUNDAÇÃO


Fundada em dia 17 de agosto de 2001 sob coordenação da então primeira-dama SUZANA MARGARETH PINHEIRO FERNANDES CARDOSO, o GRUPO DA MELHOR IDADE DE JOANÓPOLIS atualmente com sua sede no RECANTO FELIZ, fez e faz história em nossa cidade.  Essas pessoas encontram-se semanalmente para um café da tarde, produzem artesanato, programam festas, fazem excursões, ótimos bate-papos e dispõem de um centro de convivência muito importante para a saúde física e mental.  Participativas em nossa comunidade possuem um coral (adoremus) que canta e encanta a todos, quer em missas ou outros eventos. Participam ativamente do Carnaval, do Ciclo do Divino Espírito Santo, das Festividades de Junho com suas quadrilhas, cantam em nosso e outros municípios, acompanham a Folia de Reis, enfim, fazem acontecer muitas coisas boas e positivas em Joanópolis.  Ao completar dez anos numa parceria com a Secretaria de Eventos e o Fundo Social, acontecerá um baile de aniversário no Centro Recreativo XVII de Agosto, onde aconteceu a primeira posse deste grupo. Desde já antecipamos nossos parabéns e desejamos sucesso e fica aqui o convite para que todos venham conhecer e fazer parte deste Recanto Feliz. No dia onze pp. foi eleita uma nova diretoria, tendo como presidente a srª Bernadete Domingues. Fica aqui os agradecimentos a srª YVONNE ROQUE PARIZOTTO que esteve a frente do grupo nos últimos quatro anos com uma exemplar administração e nossos votos de sucesso e prosperidade a nova diretoria que assume o biênio 2011/2013. 
  Galeria de presidentes:
2001/2002 - Presidente: MATILDE MENDES BUENO
2002/2003 - Presidente: ROSELENE CONTI (falecida)2003/2004 – Presidente MARIA APARECIDA ALVES DOS SANTOS (falecida)
2004/2005 - Presidente: MARIA BERNADETE DOMINGUES DA SILVA
2005/2007 - Presidente: MARIA BERNADETE DOMINGUES DA SILVA
2007/2009 - Presidente: YVONNE ROQUE PARIZOTTO
2009/2011- Presidente: YVONNE ROQUE PARIZOTTO2011/2013 - Presidente: MARIA BERNADETE DOMINGUES DA SILVA

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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

20 DE AGOSTO

AMIGOS; 
Vêm ai o OITAVO FÓRUM DE COISAS DO ARCO DA VELHA !!!!
Vai ser na CAPITAL DO LOBISOMEM - em Joanópolis-SP, na centenária Escola
Estadual Cel João Ernesto Figueiredo (dizem que ela é assombrada hein!!),
quem não repassar este e-mail ou não comparecer corre o risco de
ter verruga no nariz, o saci esconder suas coisas, ou o lobisomem...
Bem segue a progração:


8º FORUM DAS COISAS DO ARCO DA VELHA O que é: - O FÓRUM DAS COISAS DO ARCO DA VELHA SURGIU NA REGIÃO BRAGANTINA COM O NÚCLEO PÉ DA SERRA DA COMISSÃO PAULISTA DE FOLCLORE. COM A FINALIDADE DE CONTRAPOR-SE AO HALLOWEEN DE ORIGEM CELTA  QUE COMEMORA O DIA DAS BRUXAS E QUE INFELIZMENTE AS ESCOLAS BRASILEIRA FAZEM QUESTÃO DE COMEMORAR. ESQUECENDO-SE QUE EM NOSSA CULTURA TEMOS CENTENAS DE MITOS ORIUNDOS DE INDÍGENAS, NEGROS E BRANCOS QUE FORMAM O GRANDE CALDEIRÃO CULTURAL QUE É O BRASIL. NÃO NECESSITAMOS BUSCAR E VALORIZAR MITOS E LENDAS DE OUTROS PAISES, A CULTURA BRASILEIRA É RIQUÍSSIMA E  BASTA POR SI SÓ. OBJETIVOS: VALORIZAR A CULTURA BRASILEIRA ATRAVÉS DE SEU PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL; DISCUTIR AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO DA IMPORTÂNCIA DO PATRIMÔNIO ORAL DA CULTURA BRASILEIRA, VIVENCIAR DANÇAS, MUSICAS,POESIAS MATUTAS E OUTRAS MANIFESTAÇÕES DO PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL DO BRASIL. PROGRAMAÇÃO:


8:30 hs   CREDENCIAMENTO
9.00 hs  ABERTURA OFICIAL - PROFª NEIDE RODRIGUES GOMES - VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO PAULISTA DE FOLCLORE
9:15 hs. MITOS E LENDAS DA REGIÃO-BRAGANTINA - PROFESSOR VALTER CASSALHO  - PRES.ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE LOBISOMENS
9:45 hs.  OS SACIS E SUA  IMPORTÂNCIA NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE- Engº JOSE OSWALDO GUIMARÃES PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS CRIADORES DE SACIS DE BOTUCATÚ
10:15 hs LANÇAMENTO DO LIVRO “CANTAR ESTORIAS” PROF. JOSÉ ALAERCIO ZAMUNER
11:00 hs. AS LENDAS CANTADAS DO BRASIL - GRUPO CANTANTE ADOREMUS - PROFª NEIDE RODRIGUES GOMES
11:45 hs RITA DE CASSIA BULGARELLI - CONTADORA DE HISTORIA 12:30 hs ALMOÇO COMUNITÁRIO
13:30 hs CATIRA DE JOANÓPOLIS - DITO MARTINS E ZÉ MARTINS
14:30 hs CONGADA AZUL DE ATIBAIA  - COORDENAÇÃO : LILIAN VOGEL
15:15 hs. ORQUESTRA DE VIOLA CAIPIRA MATUTOS DA MANTIQUEIRA 
16:00 hs. HOMENAGEM AO DIVINO ESPIRITO SANTO - ORQUESTRA DE VIOLA CAIPIRA MATUTOS DA MANTIQUEIRA E GRUPO CANTANTE DA MELHOR IDADE DE JOANOPOLIS   COORDENAÇÃO PROFº NEIDE RODRIGUES GOMES.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O PATRONO DA ESCOLA E DA CIDADE


  
 João Ernesto Figueiredo, nasceu em 15 de agosto de 1863, no então bairro do Curralinho pertencente a Santo Antonio da Cachoeira (Piracaia), filho dos fundadores de Joanópólis Luiz Antonio Figueiredo e Maria Escolástica de Ornellas.  Cursou o primário na sede municipal de Santo Antonio  e  mas tarde foi estudar no Colégio José Guilherme em Bragança Paulista, ocasião que em 1877 interrompeu seus estudos aos quatorze anos, devido a morte de sua mãe, vindo a residir com seu pai em Curralinho, auxiliando no controle da Fazenda e plantio do café.
Casou mais tarde em Piracaia com Eufrosina Ramos, filha de João Ramos e de Floriza Godoy, tendo ao todo o casal quatorze filhos: Julieta, Horacio,  Luiz,  Nestor,  José,  Alice, Isolina,  Clovis,  Acácio,  João,  Conceição,  Lourdes,  Zenaide e Odete.
Tornou-se um grande líder político, fundando o Partido Republicano juntamente com seu cunhado Anselmo Caparica, trabalharam juntos em questões como a abolição da escravatura, vinda de imigrantes para região, republicanismo, fundação de Lojas Maçônicas, sendo ambos membros da loja em Bragança Paulista e ele fundador da Loja “Moral e Liberdade” em Joanópolis.  Adquiriu patente de Tenente Coronel e mais tarde de Coronel com a  Proclamação da República. 
Lutou para elevação de bairro a distrito e mais tarde (1895) a município de São João do Curralinho bem como sua instalação  em 21/8/1896 com a exigência da construção da Cadeia Pública e Paço Municipal.  Fez várias doações de terras e dinheiro para o bem do novo município em especial para a construção da Escola Municipal que mais tarde levaria o seu nome.
Incentivou a plantação do café, comprou a primeira máquina a vapor de beneficiá-lo, criou laços políticos e de amizades liderando o novo município por décadas.  Auxiliou muitas pessoas durante as crises do café e já adoentado e velho foi residir na Capital do Estado para tratamento de saúde e ficar mais próximo de seus filhos. Querido por todos, em especial pelo seu bom humor e carisma despediu-se deste mundo em 1939 aos setenta e seis anos de idade, recebendo tanto em vida quanto após sua morte inúmeras homenagens e até hoje lembrado com carinho por todos que amam ou vivem em Joanópolis.


Valter Cassalho - (Obs- direitos reservados – não pode ser publicado em blog ou jornal de Joanópolis sem autorização do autor).


A ESCOLA JOÃO ERNESTO FIGUEIREDO

A Escola Cel João Ernesto Figueiredo, possuía o nome de Grupo Escolar Curralinhense e foi inaugurada graças aos esforços de seu patrono o Tenente Coronel  João Ernesto Figueiredo (15/8/1863 +1939) em terras situadas na Avenida Barão de Rio Branco (hoje Av. Waldomiro Villaça).
Muitos pais enviavam os filhos para estudar na cidade (fazer o quarto ano) e concluir o curso, para facilitar o ensino aos que trabalhavam chegou mesmo a funcionar uma classe noturna através do professor Saul Guazeli Dias. O mesmo prédio foi reformado totalmente no ano de 1958 pelo empreiteiro Antonio Amador Branco e custou à Secretaria da Educação o valor de dois milhões de cruzeiros. Graças aos esforços  do padre Eanes Cotias e outros foi instalado com grande pompa o Curso Ginasial Noturno no ano de 1969 e o Segundo Grau alguns anos mais tarde.  O saudoso José dos Reis em novembro de 1958 refere-se a Escola João Ernesto Figueiredo nos seguintes termos: “Grupo Escolar: Inaugurado em 22 de outubro de 1914 com o nome de Grupo Escolar Curralinhense, esse estabelecimento funciona atualmente com oito classes, em dois períodos,  com o seguinte corpo docente:  Dª Maria Inês de Campos, Dª Ceres Zinsly, Dª Maria Aparecida Marques Tucci, Dª Maria de Lourdes Tucci, Dª Izabel Pozzi, Dª Vera Ramalho Bayeux, senhoritas: Djany Romilda Tucci e Orazilia Turela, tendo como serventes o sr. Agostinho da Silva e a srª dª Emilia Ximenes”.
Em Joanópolis, a primeira cadeira de letras foi criada em 1833, o que comprova que o bairro de Curralinho já era bem populoso, as outras cadeiras foram sendo criadas de acordo com as necessidades, tais como a do bairro dos Pretos em 1893 e a do Bairro da Moenda em 1901, todas exclusivas para o sexo masculino. A primeira cadeira do sexo feminino foi criada em 1895, porém até o ano de 1907 continuou vaga; isto levou a professora Bruna Caparica Filha a organizar a primeira escola particular do município em caráter misto, uma grande inovação para a época! Algumas fazendas mais abastadas contratavam professores particulares para educarem seus filhos e por vezes permitiam que este ensino fosse aproveitado pelos filhos dos colonos, como é o caso do fazendeiro Cândido Mathias Franco do bairro da Moenda ou de Felisbino de Souza Bueno que contratou o professor Elócio para sua fazenda no bairro dos Pires.  Muitos professores tornaram-se célebres no município, como é o caso do ilustrado Professor João Candelária Sobrinho, a primeira professora Bruna Caparica Filha e a inesquecível Adília Ferreira de Almeida.
Os professores que assumiam as cadeiras rurais, dirigiam-se as suas respectivas escolas a cavalo, por vezes horas de cavalgada, carregados de materiais, arriscando as fortes chuvas do nosso verão e sofrendo no cortante frio do inverno.  Alguns, em escolas mais distantes, como a do Bonfim ficavam alojados nas grandes fazendas.
 Nos idos dos anos 30 e 40 as escolas proliferaram e as mulheres professoras também, as quais passaram a chegar ao trabalho de charretes tendo até alguns condutores mirins especializados em levar a professora, porém, existiam as mais audaciosas que munidas com sião cavalgavam até referidas escolas. Muitas se levantavam antes do sol nascer, cobertas com longas capas a prova  d´água  iam solitárias pelas estradas, as quais muitas das vezes eram precárias trilhas que se complicavam em dias contínuos de chuva.
Com o advento do automóvel a situação melhorou um pouco para as mais abastadas  e depois com os leiteiros (linhas de leite) muitas tornaram-se caronistas dos mesmos, varando o município nas primeiras horas da manhã e voltando a pé  na esperança de alguma carona. Além disso as aulas eram ministradas numa mesma classe para três turmas diferentes, numa minúscula lousa dividida em três partes, as professoras rurais se desdobravam em poucas horas, além é claro de ter que fazer as vezes de agentes de saúde, ensinando noções de higiene e  asseio  pessoal.
Valter Cassalho - (Obs- direitos reservados – não pode ser publicado em blog ou jornal de Joanópolis sem autorização do autor).

MEUS TEMPOS DE CRIANÇA NO CORONEL JOÃO ERNESTO FIGUEIREDO

“Eu daria tudo que eu tivesse
Pra voltar aos dias de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança.
Que saudade da professorinha,
Que me ensinou o beabá...”


Ouvindo a música acima do saudoso Ataulfo Alves (MEUS TEMPOS DE CRIANÇA) em que canta: EU ERA FELIZ E NÃO SABIA, não poderia deixar de lembrar minha passagem pela Escola Coronel João Ernesto Figueiredo. Isso foi lá pelos idos do governo militar da década de 70. Lembro-me com precisão o dia que subi as escadarias da Escola e deparei-me com o quadro do Coronel, com seu semblante altaneiro, imponente e simpático, os corredores e o barulho da gritaria da criançada a correr e brincar. Juntei-me a elas, todos vestidos de calça de tergal cinza vincada, sapato colegial preto, engraxado e limpo, camisa branca impecável, maleta preta nas mãos e o cabelo penteado por mamãe, meticulosamente repartido do lado e lambido na testa, tão impecável que parecia que íamos a missa.  As meninas usavam camisa branca, calça cinza ou saia xadrez cinza e meias compridas, cabelos presos. Foi o “seu” Agostinho  bater a sineta que todos se posicionaram no pátio em fila indiana, para ouvir e recitar a Oração pelo Brasil e o Hino Nacional.  Professoras com seus jalecos rosa nos conduziam a sala de aula, ficávamos em pé até que a professora a “Dona” sentasse para que fizéssemos o mesmo. Nada de chamar de tias ou ter intimidades, nossas Donas poderiam ser elas Eunice, Ana, Adelaide, Cida, Toninha, Vera, Maria Tereza, Sonia, Ceres, Leontina eram respeitosamente tratadas e com suma autoridade em sala de aula eram elas nossos ícones; naquela sala de aulas tínhamos dois ícones, a professora e a bandeira do Brasil aos quais devíamos respeito e reverência. Bons tempos aqueles! Dos meus colegas não me lembro que algum tenha crescido revoltado ou frustrado por isso, pelo contrário, parece que adquirimos valores sobre o respeito à pátria, a pessoa e a hierarquia. 
Foi neste CAMINHO SUAVE que fomos alfabetizados, professoras carinhosas porém rígidas, um bom puxão de orelha, uma reguada na cabeça ou um castigo não levou ninguém ao psiquiatra e tão pouco fez algum aluno pegar uma arma e sair atirando nos colegas.  Qualquer castigo era visto como uma forma de educar, por isso nossas mães entendiam isso como uma boa conduta profissional e ao invés de irem a escola fazer escândalos com professores, completavam o castigo em casa. Afinal nesta época educar era responsabilidade  dos nossos pais.
Bem, depois das nossas tabuadas, composições, ditados e chamadas orais, em especial sobre as datas cívicas, íamos ao recreio, era brincar de pega-pega, jogar bola de gude nos buracos feito na terra embaixo das arvores, as meninas pulavam corda e brincavam de roda, tomávamos a sopa, a merenda feita de caldo de feijão com macarrão, arroz doce, sagu com leite e a inesquecível sopa de fubá com couve das dona Vicentina e Gonçalina. No pátio éramos vigiados pela dona Emilia Ximenes e Seu Agostinho que mais eram avós do que repressores inspetores de alunos. Saudades...
Fazíamos fantasias, quadrilhas, teatros e gincanas, tínhamos a fanfarra com suas balizas, e na semana da Pátria era toda uma magia, todos com fitas verde-amarelo no peito, descíamos de três em três para fazer guarda a bandeira na praça central, o barulho das caixinhas e bumbos enchiam os corredores durante os ensaios da fanfarra. Enfim o desfile do Sete de Setembro, todos com seus uniformes, carregando estandartes e bandeiras, fazendo coreografias com arcos, desciam para os discursos e honras a Pátria.  Em 1978 houve o grande desfile de 24 de junho no primeiro centenário de Joanópolis, bandeiras levadas por meninas de vestidos longos, garotos vestidos como coronéis representando os fundadores, juntou-se a nós carros alegóricos de empresas e foi exibido naquele dia toda a riqueza do município.
Quem não se lembra na escadaria da quadra do Teatro do 07 de Setembro? Com vivas a Independência ou Morte, com alunos vestidos de Dom Pedro,  Dona Leopoldina, José Bonifácio e outros baluartes da Independência do Brasil.  Tudo sob o olhar severo de Dona Joanita, Professor Wanher, Célia Badari e depois do Professor Antonio (ah! Coraçãozinho!).
Uniforme era coisa obrigatória, o sapato tinha que durar um ano, nem que para isso colocássemos papelão dentro quando ele furava, e nos dias de chuva encharcava nossos pés e tingia de barro nossas brancas meias,  quem não tinha  uniforme ou material era aluno da Caixa e provido tal qual os outros no inicio do ano.
Lembro-me ainda dos murais da Escola com campanhas educativas, copas do mundo, eventos ou a exposição de artesanato no final do ano pelos alunos da Dona Yolanda.
No recreio havia música, alunos dançavam, brincavam, brigavam as vezes. Na educação física todos as sete da manhã  fizesse frio ou calor de calção branco, camiseta branca e conga ou kichute, as meninas saia branca, camiseta branca e um fraldão vermelho (nada sensual). Mais tarde nas aulas adotamos jalecos brancos, parecia uma escola científica, todos iguais, limpos, impecáveis, inadmissível pensar em bermudas, roupas curtas e muito menos óculos escuros nas salas de aulas. Todos se dirigiam a escola a pé e ao meio dia saiam em disparada, com o alto-falante da igreja tocando o Hino do Corintians e o padre Chico em sua casa jogando bala para a criançada. Até o caminho para a escola era divertido, tinha o saudado Padre Chico, tinha a venda dos Luiz Borges na esquina, nas calçadas amarelinhas traçadas a giz, às vezes algum sorveteiro ou vendedor de algodão doces com suas buzinas. Brincávamos de forca na lousa, futebol, vôlei e queimada, figurinhas, meninas brincavam de passar anel, advinhas, virar estrela, rodas, depois vieram brinquedos modernos como os bambolês e o vai-e-vem, apareceram as canetinhas silvapen (sonho de todo aluno), lápis borracha e o cobiçado giz de cera, mas também tinha o lápis com tabuada que usávamos as escondidas, afinal, tabuada era coisa para se saber na ponta da língua, tinham  os decalques que eram soltos em água e ilustrava os trabalhos de Moral e Cívica ou OSBP. Tudo isso comprado na moderna e atualizada papelaria da Bela e muitas vezes éramos atendidos pelo João Toledano, figura ilustre da cidade. Nossas provas cheiravam a álcool impressas em mimeógrafo  e folhas de estêncil bem como os desenhos didáticos para colorir.
Foram nesses anos tido como de chumbo que fiz meus verdes anos de escola. Eu e muitos neste centenário do Coronel temos saudades das lembranças que guardam estes muros, dos medos dos porões da escola com seus mitos  como esqueletos guardados, antigo cemitério ou a loira do banheiro, as inseguranças da adolescência, das paqueras, beijos às escondidas, as primeiras aventuras do amor, da adrenalina das competições, mas também das colas e das provas, das artes, da matança de aula. Lembranças dos colegas, dos professores, das brincadeiras, dos estudos, da sopa de fubá com couve, das sombras das árvores e da sineta do seu Agostinho que até hoje nos chama em fila para reverenciar os anos idos e a saudade que ficou e como disse o Ataulfo: Eu não sei pra que que  a gente cresce senão sai da gente esta lembrança.



(autor: Valter Cassalho)
(Obs- direitos reservados – não pode ser publicado em blog ou jornal de Joanópolis sem autorização do autor).

Nossa ESCOLA CEL. JOÃO ERNESTO FIGUEIREDO completa no dia 13 de agosto seu PRIMEIRO CENTENÁRIO.

AMIGOS

Gostaria de compartilhar com todos algumas de minhas memórias, fotos e dados da nossa queria escola - PATRIMONIO HISTÓRICO de nossa cidade.

abraços a todos

VALTER CASSALHO



CONVITES...

REGIÃO TERÁ LIVRO SOBRE OS SANTOS DE JUNHO


(p/Valter Cassalho)
             


A folclorista LILIAN VOGEL através do apoio do ProAc 2011 – Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, lançará amanhã dia 10 de agosto em Atibaia, o livro: “Viva Santo Antônio! Viva São João! Viva São Pedro! Promessa, fogueira e rojão – O Ciclo Junino no cotidiano do povo paulista”. De acordo com Lilian Vogel no mês de junho, comemoramos os três santos: Santo Antônio, o casamenteiro; São João, o responsável pelas boas colheitas e o São Pedro, o que tem as chaves do céu. Tradição vinda de Portugal, fixou-se no Brasil e se tornou uma das festas mais populares de norte a sul do nosso país. Esta pesquisa foi realizada principalmente na região Entre Serras e Águas, estado de São Paulo, e tentou mostrar o lado religioso e profano, a tradição e o porque ela acontece e quais foram suas modificações através dos tempos. Tratamos de significar a existência da fogueira, dos rojões, dos balões. O porque enfeitamos as ruas com bandeirinhas e levantamos mastros. Também qual o significado das comidas derivadas do milho, do amendoim e as bebidas como o quentão e o vinho quente. A origem da dança da quadrilha e suas modificações e a importância econômica, cultural e turística das festas de São João.
O livro tem 96 páginas e vem acompanhado de um DVD com entrevistas e depoimentos de especialistas em folclore, professores, festeiros e religiosos.Informações ou compra – contato: lilian.vogel@terra.com.br