quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A ESCOLA JOÃO ERNESTO FIGUEIREDO

A Escola Cel João Ernesto Figueiredo, possuía o nome de Grupo Escolar Curralinhense e foi inaugurada graças aos esforços de seu patrono o Tenente Coronel  João Ernesto Figueiredo (15/8/1863 +1939) em terras situadas na Avenida Barão de Rio Branco (hoje Av. Waldomiro Villaça).
Muitos pais enviavam os filhos para estudar na cidade (fazer o quarto ano) e concluir o curso, para facilitar o ensino aos que trabalhavam chegou mesmo a funcionar uma classe noturna através do professor Saul Guazeli Dias. O mesmo prédio foi reformado totalmente no ano de 1958 pelo empreiteiro Antonio Amador Branco e custou à Secretaria da Educação o valor de dois milhões de cruzeiros. Graças aos esforços  do padre Eanes Cotias e outros foi instalado com grande pompa o Curso Ginasial Noturno no ano de 1969 e o Segundo Grau alguns anos mais tarde.  O saudoso José dos Reis em novembro de 1958 refere-se a Escola João Ernesto Figueiredo nos seguintes termos: “Grupo Escolar: Inaugurado em 22 de outubro de 1914 com o nome de Grupo Escolar Curralinhense, esse estabelecimento funciona atualmente com oito classes, em dois períodos,  com o seguinte corpo docente:  Dª Maria Inês de Campos, Dª Ceres Zinsly, Dª Maria Aparecida Marques Tucci, Dª Maria de Lourdes Tucci, Dª Izabel Pozzi, Dª Vera Ramalho Bayeux, senhoritas: Djany Romilda Tucci e Orazilia Turela, tendo como serventes o sr. Agostinho da Silva e a srª dª Emilia Ximenes”.
Em Joanópolis, a primeira cadeira de letras foi criada em 1833, o que comprova que o bairro de Curralinho já era bem populoso, as outras cadeiras foram sendo criadas de acordo com as necessidades, tais como a do bairro dos Pretos em 1893 e a do Bairro da Moenda em 1901, todas exclusivas para o sexo masculino. A primeira cadeira do sexo feminino foi criada em 1895, porém até o ano de 1907 continuou vaga; isto levou a professora Bruna Caparica Filha a organizar a primeira escola particular do município em caráter misto, uma grande inovação para a época! Algumas fazendas mais abastadas contratavam professores particulares para educarem seus filhos e por vezes permitiam que este ensino fosse aproveitado pelos filhos dos colonos, como é o caso do fazendeiro Cândido Mathias Franco do bairro da Moenda ou de Felisbino de Souza Bueno que contratou o professor Elócio para sua fazenda no bairro dos Pires.  Muitos professores tornaram-se célebres no município, como é o caso do ilustrado Professor João Candelária Sobrinho, a primeira professora Bruna Caparica Filha e a inesquecível Adília Ferreira de Almeida.
Os professores que assumiam as cadeiras rurais, dirigiam-se as suas respectivas escolas a cavalo, por vezes horas de cavalgada, carregados de materiais, arriscando as fortes chuvas do nosso verão e sofrendo no cortante frio do inverno.  Alguns, em escolas mais distantes, como a do Bonfim ficavam alojados nas grandes fazendas.
 Nos idos dos anos 30 e 40 as escolas proliferaram e as mulheres professoras também, as quais passaram a chegar ao trabalho de charretes tendo até alguns condutores mirins especializados em levar a professora, porém, existiam as mais audaciosas que munidas com sião cavalgavam até referidas escolas. Muitas se levantavam antes do sol nascer, cobertas com longas capas a prova  d´água  iam solitárias pelas estradas, as quais muitas das vezes eram precárias trilhas que se complicavam em dias contínuos de chuva.
Com o advento do automóvel a situação melhorou um pouco para as mais abastadas  e depois com os leiteiros (linhas de leite) muitas tornaram-se caronistas dos mesmos, varando o município nas primeiras horas da manhã e voltando a pé  na esperança de alguma carona. Além disso as aulas eram ministradas numa mesma classe para três turmas diferentes, numa minúscula lousa dividida em três partes, as professoras rurais se desdobravam em poucas horas, além é claro de ter que fazer as vezes de agentes de saúde, ensinando noções de higiene e  asseio  pessoal.
Valter Cassalho - (Obs- direitos reservados – não pode ser publicado em blog ou jornal de Joanópolis sem autorização do autor).

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